- E NÃO NOS DEIXES CAIR EM TENTAÇÃO

8 - E NÃO NOS DEIXES CAIR EM TENTAÇÃO O Senhor nos concede a oportunidade de fazer três pedidos em nosso próprio favor. Um deles refere-se ao presente: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”. Outro refere-se ao passado: “Perdoa-nos as nossas dividas, como nós temos perdoado aos nossos devedores”. O terceiro apresenta uma questão referente ao futuro. Todos nós estamos de acordo quanto à nossa necessidade de pedir o pão e o perdão dos pecados. Todavia muitos discordam quanto a oração que devemos fazer com referência ao amanhã. Ao contemplarmos o futuro, qual a nossa necessidade mais patente? O que é que mais tememos ou que mais nos causa apreensões? Para alguns são as enfermidades, e por isso suplicam a Deus que os conserve em boa saúde. Por isso, o homem se interessa tanto por medicina preventiva, e faz seguros contra doenças ou hospitalização. Tememos a pobreza, e por isso procuramos fazer nosso “pé de meia”. Outros temem o sofrimento e se preocupam com a possibilidade de acidentes. Outras coisas que tememos também são a impopularidade e a crítica, a velhice e a morte. Entretanto, quando Cristo quis ensinar-nos como fazer uma petição concernente ao futuro, ele não mencionou nenhuma destas coisas. A única coisa a respeito da qual ele nos manda orar, com relação ao futuro, é a possibilidade de pecarmos. O único receio que devemos ter realmente é o de que venhamos a cair em tentação. Contudo, nós encaramos esta petição com respeito ao futuro com menos seriedade do que qualquer uma das outras cinco. Não temos medo das tentações. Pelo contrário, temos tanta confiança em nossa capacidade de dirigir nossa vida, que acabamos fazendo da tentação nossa companheira constante. Conta-se a história de um velho que fora escravo da bebida mas reformara-se, e, aparentemente, havia superado o vício. Entretanto, toda vez que ia à cidade, ele amarrava o cavalo em um poste que havia bem em frente à taverna. Depois de algum tempo, ele voltou a antiga vida. Tivesse ele cultivado um salutar temor pela tentação, e teria passado a atar o cabresto em outro poste. Na maioria das vezes, a tentação começa no pensamento. No recôndito de nossa mente nós dramatizamos ou colocamos em ação os pensamentos. Lemos livros que tratam de impiedade; brincamos com a dinamite das emoções, como se fosse um brinquedo inocente. Nós nos colocamos em situações perigosas e nos deleitamos nelas. Andamos em más companhias. No trabalho ou na diversão, às vezes, ouvimos uma tentadora voz dizer-nos: “Amigo, empresta-me tua alma”! E possível que hesitemos em gastar dez centavos, mesmo estando com o bolso cheio de moedas. No entanto, arriscamos a segurança de nossa alma, embora saibamos que a perda dela e eterna. Quando se trata de tentação, nossa coragem e pueril. Jesus não pensa assim. ele nos ordena que temamos a tentação mais que qualquer outra coisa. Os pontos em que julgamos fortes é que se constituem em fraqueza, pois o excesso de autoconfiança em nossa força nos leva à queda. Tememos nossas fraquezas e somos cuidadosos com elas. Com nossa força, porém, agimos descuidadamente e é ai que somos derrotados. “Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia”. (2 Co. 10:12) O que é tentação? Primeiro, é uma instigação para o mal. O terceiro capítulo de gênesis contém a descrição de uma tentação que se repetiu, de uma forma ou de outra, na vida de cada um de nós, descendentes de Adão e Eva. A serpente disse a Eva: “Foi isso que Deus disse: que vocês não podem comer de nenhuma árvore do jardim?” Ao que ela respondeu: “De todas menos uma. Se comermos dela, morreremos”. Então a serpente retrucou-lhes que se comessem dela não morreriam. “Pelo contrário, se comerem, ficarão mais sábios; terão uma vida melhor, mais livre”. Então as inclinações naturais de Eva começaram a entrar em choque com sua consciência e bom-senso. Aquela ordem de Deus “Não comerás” estava em conflito com a maravilhosa e tentadora promessa de uma vida melhor. E assim a tentação estava lançada. Em segundo lugar, uma tentação significa um teste ou provação. Trata-se de uma encruzilhada da vida onde a pessoa tem que decidir que decisão vai tomar, que ação vai escolher, que tipo de caráter vai cultivar. Pode ser uma mãe que perdeu um filho tragicamente e esta sendo tentada a se tornar rancorosa e amargurada. Ou uma pessoa que enfrenta uma situação difícil e pode ser tentada a fugir através da bebida. Alguém que está destinado a passar os dias numa cama ou numa cadeira de rodas, pode ser tentado à autopiedade. Quando somos tratados injustamente, logo sentimo-nos tentados a odiar, magoar o ofensor ou guardar rancor. Uma pessoa que enriqueceu de repente é tentada a vaidade e ao amor-próprio. A pessoa que obteve uma alta posição é tentada a lutar para obter mais poder. Quando menino, Napoleão escreveu uma redação escolar sobre os perigos da ambição desmedida. No entanto, sua própria ambição arruinou-lhe a vida. Moisés era conhecido pela mansidão. A Bíblia até diz que ele era o homem mais manso da terra (Nm. 12:3). Entretanto, no momento em que tentou se apoderar do poder de Deus batendo na rocha, ele perdeu sua oportunidade de entrar na terra prometida. O ponto alto da personalidade de Simão Pedro era sua coragem impulsiva. Todavia, no momento em que deveria apelar para sua qualidade mais forte, esta lhe faltou, e ele cometeu o terrível erro de negar ao Senhor. A força do homem se mede pelos seus momentos de maior fraqueza. Todos temos um “Calcanhar de Aquiles”, um ponto vulnerável. Não podemos acabar com a possibilidade da tentação, porque somos dotados com a liberdade de escolha. E como ninguém tem vontade de ferro, todos estamos correndo o perigo de cair. Podemos escolher entre o bem e o mal, entre sermos honestos ou falsos, entre a bravura e a covardia, entre a generosidade e o egoísmo. Nossa própria liberdade de escolha em si já se torna uma tentação.

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