Jó e os enigmas do sofrimento.

Ao aflito livra por meio da sua aflição, e pela opressão lhe abre os ouvidos. (Jó 36:15)

"Por que eu?" Quase todo mundo faz esta pergunta em meio ao sofrimento. Em grandes ou pequenas circunstâncias – um terremoto em outro país ou no diagnóstico de uma doença – enfrentamos questões angustiantes sobre por que Deus permite que sintamos dor.
Ironicamente, os cristãos em sofrimento obtêm conforto no livro de Jó. Digo "ironicamente" porque levanta mais questões sobre o sofrimento do que responde. O final do livro – uma fantástica aparição pessoal de Deus – parece o cenário perfeito para um monólogo esclarecedor. Deus, porem, evita por completo o ponto central da discussão anterior. E as várias teorias sobre a origem do sofrimento, todas agradáveis ao ouvido, propostas pelos amigos de são desfeitas por Deus, com um olhar severo.
Este livro, relato espantoso de coisas ruins acontecendo a um homem muito bom, não contém uma teoria compacta mostrando por que as pessoas boas sofrem. Apesar disso, oferece algumas percepções rápidas sobre o problema da dor. Meu próprio estudo levou–me às conclusões que se seguem. Não respondem o problema da dor – nem mesmo Deus tentou fazer isso. Mas esses princípios jogam luz sobre certos conceitos errôneos tão comuns hoje quanto no tempo de Jó.
1. Os capítulos 1 e 2 mostram um fato importante de forma sutil: Deus não causou diretamente os problemas de Jó. Permitiu que acontecessem, mas Satanás foi o agente causador.
2. Em nenhum lugar do livro é sugerido que Deus não tenha poder ou não seja bom. Algumas pessoas (até mesmo o rabino Kushner, em seu livro muito conhecido Quando Coisas Ruins Acontecem com Pessoas Boas) alegam que um Deus fraco não tem poder para evitar o sofrimento humano. Outros, deístas, presumem que Ele dirige o mundo a distância, sem envolvimento pessoal. Mas o livro de não discute o poder de Deus, só sua justiça. Em seu discurso final, em que resume as conclusões, Deus apresenta ilustrações esplendidas da natureza para demonstrar seu poder.
3. Jó, decididamente, rejeita uma teoria: a de que o sofrimento sempre vem em resultado ao pecado. A Bíblia confirma o princípio geral de "o homem colhe o que semeia", até mesmo nesta vida (veja Salmos 1:3, 37:25). Mas as outras pessoas não têm qualquer direito de aplicar esse princípio geral a uma pessoa em particular.
Os amigos de foram persuasivos ao defender que ele merecia aquela punição catastrófica. Quando Deus, porém, apresentou o veredicto final, disse para eles:

Não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó. (42:7)

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